Moda x Política: Gestão de Imagem

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 A estilista Carolina Herrera inspirou o corte de cabelo que 
Celso Kamura fez em Dilma Rousseff.

Na caminhada rumo ao Planalto, Dilma Rousseff se transformou numa nova mulher. Colocou a estética a serviço de uma causa e, disciplinada, cumpriu à risca tudo aquilo que foi pedido pelos gestores de sua imagem.
Já faz quase 20 anos que Dilma Rousseff ocupa cargos de visibilidade pública, desde que se tornou a primeira mulher a comandar a Secretaria de Energia do governo gaúcho. Nesse tempo todo, ela nunca demonstrou nenhuma preocupação especial com as ondulações de seus cachos, o viço de sua pele, a plasticidade do seu sorriso ou mesmo o desenho de suas sobrancelhas.
No governo Lula, ela também passou vários anos transmitindo a imagem de uma mulher workaholic, sem qualquer vaidade. Mas tudo começou a mudar quando ficou claro que ela seria a candidata do PT à Presidência da República. “Em abril deste ano, quando a encontrei pela primeira vez, ela não tinha maquiagem no rosto. Nem batom”, revela Celso Kamura, cabeleireiro oficial da presidente eleita. Por indicação de Marta Suplicy, sua cliente há 13 anos, ele foi convocado por João Santana, o marqueteiro da campanha, para ajudar na transformação da antes dura ex-ministra da Casa Civil em uma mulher doce e humanizada.
E a foto que a partir de 2011 estará em todos os gabinetes de Brasília será o de uma mulher suave, com visual inspirado na estilista venezuelana Carolina Herrera. “É um corte prático e clássico”, diz Kamura. Dilma, evidentemente, gostou do resultado. Como mulher, ela se sente mais bela. Mas está feliz porque a transformação contribuiu de forma decisiva para seu grande objetivo, que era chegar à Presidência. 
 
Em outras palavras, Dilma colocou a estética a serviço de um projeto. “A imagem corresponde a 93% do primeiro impacto formado pelo eleitor”, acredita Silvana Bianchini, dona da empresa de consultoria de imagem Dresscode International.  Ela cita inclusive o caso da campanha vitoriosa do presidente Lula, em 2002, quando ele passou a usar ternos bem cortados, do estilista Ricardo Almeida, por sugestão de Duda Mendonça. 
 
Com experiência em outras campanhas, a equipe da candidata chamou um profissional de moda para cuidar do seu guarda-roupa. Alexandre Herchcovitch chegou ao grupo pelas mãos de Kamura. Mas o reinado do estilista durou pouco.    Alegando problemas em sua agenda, na sexta-feira 1º informou por meio de um comunicado que não mais fazia parte da equipe de consultores de Dilma. “Mas o que importa é que o visual dela permaneceu coerente durante toda a campanha.      Dos três candidatos que lideravam as pesquisas, Dilma era a que mais se aproximava da imagem que um presidente da República deve ter, com sobriedade e elegância”, analisa a consultora de imagem Silvana Bianchini.
As mudanças na candidata foram além do vestuário e dos cortes de cabelo. Dilma fez botox, suavizou rugas e fez uma cirurgia dentária para melhorar seu sorriso. Assim, aliviou a imagem de ex-guerrilheira. Em resumo, o oposto da máxima de Che Guevara, que dizia ser preciso endurecer, sem perder a ternura. Dilma, que hoje é também vovó, foi suavizada e tornou-se mais terna.
Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/39425_AS+METAMORFOSES+DE+UMA+CANDIDATA
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