Mercado de segunda mão cresce 24 vezes mais rápido que o varejo tradicional, veja como adequar o seu negócio

5 – Pecas Cantao no Brecho Belchior

Os temas abordados na última edição do Senac Moda Informação foram muito além de tendências. Os palestrantes trouxeram conteúdos que renderam muita reflexão e, um deles, foi o crescimento do mercado de segunda mão.

Andrea Bisker, coolhunter responsável pelo birot Stylus, e Mariana Wakim, Gerente de Produto do Enjoei, trouxeram dados sobre o mercado de venda de roupas usadas, que já cresce 24 vezes mais rápido que o varejo de moda tradicional.

 

Foto: coolhunter Andrea Bisker

À princípio o varejo de peças novas pode se sentir amedrontado diante desse número, mas marcas antenadas nos trazem ideias inspiradoras sobre como tirar proveito disso. Assim são os casos da Stella McCartney e da Reformation, que fizeram parcerias com as lojas de segunda mão TheRealReal e Depop, respectivamente, para acompanhar essa revolução no consumo, especialmente quando falamos de moda.

A proposta do “The RealReal” é encorajar os consumidores a usar uma peça por um período mais longo e, assim, reduzir os hábitos consumistas, incentivar a economia circular e a redução de lixo, já que muitas roupas vão parar nos aterros. Stella McCartney, que é adepta do veganismo e da moda sustentável, disse em entrevista que “garantindo que nossos produtos serão usados na totalidade de sua vida útil, é possível começarmos a diminuir a quantidade de recursos naturais atualmente cultivados e extraídos para o bem da moda”.

Outros exemplos de práticas são: Ikea, rede de móveis e decoração, que recompra seus próprios produtos usados e a Patagonia, marca de roupas esportivas para prática ao ar livre (já reconhecida pelo seu engajamento sustentável), que recebe de volta roupas que os clientes não querem mais como parte do pagamento por compras em sua loja.

O crescimento dos produtos second hand é tão significativo que brechós tradicionais estão iniciando suas vendas também no meio digital. A tecnologia é uma aliada no consumo das peças de segunda mão, sites especializados nesse tipo de produto prezam pelo design, experiência do usuário, qualidade e curadoria do acervo. Um dos grandes marketplaces de produtos usados no Brasil é o site Enjoei no qual o usuário cria sua própria loja virtual para comercializar os produtos que não quer mais, além de comprar peças de outros usuários.

Mariana Wakim também trouxe exemplos de marcas varejistas que estão lidando de forma criativa com a onda do vintage para agregar tanto no branding quanto nas vendas. A marca nacional Cantão, por exemplo, fez o relançamento de coleções icônicas de décadas anteriores para atender a esse apelo nostálgico dos consumidores e comemorar os 50 anos de existência, além da parceria com o Brechó Belchior, que venderá jardineiras jeans feitas com material de antigas calças da Cantão.

Peças Cantão no brechó Belchior

Outro exemplo emblemático ficou a cargo da Levi´s que percebendo uma grande procura pelo modelo Levi’s Mom Jeans, que já não é mais fabricado, adquiriu o acervo de um colecionador para revenda com o selo Authentic Jeans.

A mudança na forma de consumir é real, já está acontecendo! E tanto as grandes marcas quanto o proprietário de uma pequena loja podem utilizar-se dessas informações em prol do seu negócio. Trago algumas reflexões para inspirar ideias:

– Que tal fazer uma parceria com uma costureira do seu bairro para customizar peças para seus clientes ou realizar pequenos ajustes? As lojas do interior costumavam fazer isso, mas até elas se distanciaram de seus clientes.

– E expor peças autorais de um ateliê que não possui loja física? Ter produtos exclusivos, sob medida é outra demanda que vem caindo no gosto das pessoas.

– Uma loja aconchegante, um propósito bem definido e produtos originais são a base para uma marca ter destaque e continuar existindo perante tantas transformações.

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