Falta profissionalização
Falta profissionalização
Para poder informar tudo isso, vendedores de carros são treinados e – mais do que isso – obrigados a conhecer a fundo aquilo que comercializam. No varejo de artigos eletrônicos a situação é parecida: os comerciantes são capazes de passar especificações que auxiliam o consumidor no momento da compra. Devem ser especialistas no assunto, uma vez que o consumidor, na maioria das vezes, não é.
A outra explicação vem do fato de boa parte do comércio de roupas, no Brasil, ter raízes na atividade informal dos mascates e pequenas lojinhas familiares. Obviamente, houve profissionalização, mas não em nível suficiente para cobrir a imensa atividade varejista de moda brasileira. Mas para grifes que pretendem, um dia, fazer sucesso no Exterior, investir em seus profissionais é uma questão urgente.
E o que resta ao consumidor? Comprar o que está na vitrine. De acordo com a pesquisa O Comportamento de Compra do Consumidor de Vestuário, feita pelo Instituto de Marketing Industrial (Iemi), 85% das vendas do comércio de roupa é motivada por produtos expostos na vitrine. Ou seja, o vendedor em si tem pouca participação na decisão do consumidor. É isso ou arriscar-se a ouvir bobagens do tipo: “Essa camisa é cara porque é de cetim.” Mas cetim de quê? Sim, porque o cetim não é um tecido, deveria saber o vendedor. Cetim é uma construção: é o jeito com que os fios são agrupados na máquina de tecer que dá aquele efeito “acetinado”.
Além desta, as outras duas construções básicas da tecelagem são a sarja e o tafetá. E quanto às fibras? Experimente perguntar de que fibra é feita determinada peça. Você provavelmente vai ficar sem resposta. Na indústria têxtil, é possível encontrar fibras naturais, artificiais ou sintéticas. As fibras naturais vêm da natureza. Simples assim.