Percepção visual: a incongruência no visual merchandising
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Hoje vou abordar o artifício da incongruência. Mas o que é algo incongruente? Podemos entender como algo que não é condizente, que não está de acordo ou em proporção com o esperado, aquilo que nos parece absurdo.
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A Filosofia refere o absurdo como algo que não tem sentido, isto é, sem valor de verdade para indivíduo. Para o visual merchandising, isso tende ao lúdico, que visa mais ao divertimento que a qualquer outro objetivo.
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Fica evidente, no entanto, que o senso de incongruência é relativo, já que o aquilo que espanta está vinculado ao ineditismo e a valores estéticos e morais. Por isso, não existem regras, o que é absurdo hoje para um público muito provavelmente será aceitável amanhã. Daí a necessidade de sempre renovar os estímulos visuais da loja para manter o consumidor alerta.
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Vamos exemplificar. Você está fazendo compras em um supermercado. Esse local obedece a todos aqueles padrões da categoria, porém, você se depara com uma Kombi estacionada no corredor central. É o inesperado. É o absurdo. É incongruente um carro dentro de um supermercado. O cliente inevitavelmente terá sua atenção e interesses tomados.
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Não menos incongruentes são os manequins exóticos, coloridos, lúdicos e desformes que vemos varejo a fora. São um recurso extremamente útil para chamar a atenção no consumidor, porém devem ser usados com o público correto, geralmente jovial e urbano, de forma que estabeleçam uma conexão identitária, caso contrário, perderiam sua função.
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A incongruência, logo, pode estar associada a qualquer segmento de moda e tipo de marca, basta o visual merchandiser ou vitrinista saber dosar a quantidade e aplicação desse recurso, que pode ir de um enorme carrossel no centro da loja complementando a ambientação da coleção ou a simples, mas não pequena, bisnagas de tinta soltando flores avisando a chegada da nova estação.
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