Qual a diferença entre Flagship e Concept Store?

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A partir da década de 1980 instaura-se uma lógica do consumo emocional, pautada através das marcas “que gabam os méritos das iniciativas que proporcionam aos consumidores: experiências afetivas, imaginárias e sensoriais” (LIPOVETSKY, 2007, p. 39).
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Para Lipovetsky, o que levou as relações de consumo a esse nível hedonista foi a forma como a publicidade erotizou os produtos, criando um ambiente festivo, um clima de sonho acordado e de estimulação permanente dos desejos. “É o que se verifica ainda. Assistimos à teatralização dos pontos de venda […] com o objetivo de criar ambiências de convivialidade e de desejos, de associar o prazer à frequentação dos espaços de venda” (LIPOVETSKY, 2007, p. 57).
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Loja da GAP, em 1981, totalmente literal em sua ambientação carregada.

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A megalomania dos anos 1980 também afetou até o visual merchandising de moda. Tudo tornou-se exagerado e levado ao extremo e, assim, ressurgiram as lojas tematizadas. Também chamadas de concept store, essas lojas tinham o propósito de imergir o consumidor no ambiente da marca através da atmosfera de loja.
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No entanto, apesar da explosão das lojas conceito na década de 1980, esse modelo de loja surge junto com as Maisons da Alta Costura e, somente na década de 1960, particularmente em Milão e Londres, é que as lojas de varejo independentes tiveram a necessidade competitiva de desenvolver um design inovador para o ponto de venda e, por isso, esse modelo de proliferou.
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Dessa forma o projeto das lojas conceito visa explorar referenciais semióticos (arquétipos) com alto poder de sensibilização no seu público-alvo, desde macro elementos como o tema do ponto de venda, até micro elementos como objetos decorativos, cores e texturas da arquitetura comercial e produtos exclusivos que possam ser comercializados.
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No entanto, outro modelo de loja coexiste e é tratado erroneamente como sinônimo de loja conceito, são as flagship store. A extensão do número de diferentes categorias de produtos no portfólio das marcas, como artigos para o lar, obrigou os varejistas a trabalharem com o conceito de lifestyle. A crescente concorrência varejista e a profissionalização do setor obrigaram com que as marcas fossem mais criteriosas em suas estratégias.
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O conceito de flagship store se aplica as lojas chamadas de lojas piloto ou lojas testes. São unidades de uma rede escolhidas para servirem de laboratório. Lá são feitos todos os testes antes da replicação na rede inteira. Novos equipamentos e manequins, novas cores e layout, teste com aromas e até as instruções de OBM (Orientações Básicas de Merchandising) são estudadas, montadas e fotografadas nessas lojas. Geralmente também têm o mix de produtos completo, por isso, são lojas grandes.

Algumas operações varejistas, como a C&A, mantém tanto a Concept Store (esq.) como a Flagship (dir.)

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Enquanto as concept store são únicas e têm um propósito mais intangível e pautado na experiência de marca, as flagship store são comerciais e servem como espelho para todas as lojas da rede. Mas, seja concept store ou flagship store, o importante é que instantes de fantasia e escapismo sejam ofertados ao consumidor, que está desejoso de aliviar-se do tédio cotidiano, ainda que o faça dentro de uma loja cuja atmosfera remeta a muito mais que a simples aquisição de uma mercadoria.
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De forma crescente, os clientes estão buscando entretenimento, prazer estético ou simplesmente relaxamento, que só as lojas bem planejados podem lhe oferecer.
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Loja Conceito das Havaianas na Oscar Freire.
Loja Conceito da Chilli Beans na rua Oscar Freire
Loja Conceito da Valisère na rua Oscar Freire
Loja Conceito da Riachuelo na rua Oscar Freire
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