A coexistência dos Grupos Geracionais (X, Y, Z e A) e suas relações de consumo

8 – Generation Z

Você já deve ter ouvido falar ou já deve ter dito: “Essa geração de hoje em dia…” mas quais diferenças e características realmente definem os grupos geracionais? Quais são eles? Como se comportam em relação ao consumo? Vamos compreender um pouco melhor essa “sopa de letrinhas”.

Precisamos saber, inicialmente, que as gerações são determinadas por padrões de comportamento de pessoas nascidas num mesmo período, padrão esse provocado por mudanças sociais, econômicas e tecnológicas que impactam diretamente sobre a forma como os indivíduos consomem, trabalham, aprendem e se relacionam.

Atualmente as classificações dos grupos geracionais são feitas de 20 em 20 anos (aproximadamente), porém esse período tende a ficar cada vez mais curto, visto a velocidade das transformações sociais e as mudanças tecnológicas que afetam as novas gerações.

Existem várias formas de classificação, destaco uma delas que, na minha concepção, é mais plausível. Mas, independente de períodos, o mais importante para os profissionais do varejo é buscar a compreensão das características de cada uma.

Baby Boomers (de 1940 a 1960): esse termo refere-se às pessoas nascidas após o final da Segunda Guerra Mundial (1939 -1945). Essa geração viveu durante a Guerra Fria (1947 -1991), mas também teve a oportunidade de desfrutar as férias em outros países e comprar carro e casa próprios graças aos esforços conquistados pelo trabalho duro. Durante sua infância as brincadeiras predominantes eram fora de casa, mas quando adultos depararam-se com altos índices de violência, o que os levou a criar os filhos dentro de casa com o auxílio das TVs e videogames que surgiam – o que provocou um grande impacto nas futuras gerações. As pessoas nascidas nesse período normalmente tem o hábito de consumir por necessidade, por exemplo, quando os calçados e as roupas já estão gastos. Além disso, não gostam de arriscar comprando em marcas novas.

Geração X (de 1961 a 1980): essa geração, assim como os Baby Boomers, preza pelo trabalho duro para conquistar seus ideais. Há quem diga que as pessoas dessa geração tinham sonhos, mas decidiram encarar a realidade e acabaram projetando seus desejos nos filhos, provocando assim efeitos diversos na geração atual. Os nascidos nesse período viram surgir o computador pessoal, a internet, o celular, a impressora, o e-mail, etc. e, por isso, transitam entre o analógico e o digital. Existe uma grande preocupação com as novas gerações (Y, Z e Alpha), porém as empresas não devem deixar de lado o cuidado com a geração X, que hoje representa o grupo que mais gasta dinheiro e é responsável pela maior parte das decisões de consumo das famílias. Uma ampla pesquisa do setor de inteligência do grupo Abril apontou que a geração X representa hoje ¼ da população e é responsável por mais da metade da renda gerada no país. Comparada aos Millennials (Geração Y), a X tem renda 56% maior. A idade média dos compradores de e-commerce é de 43 anos, e sete em cada dez compras são realizadas por pessoas acima dos 35. Além disso, a Geração X é a que mais consome e tem mais propensão a se fidelizar a marcas e produtos. Prezam por produtos de qualidade, por isso são racionais na hora de comprar.

Geração Y ou Millennials (de 1981 a 1997): essa é a geração que tem maior número de pessoas no mundo atualmente, é por isso que ela costuma ter maior relevância. É a primeira geração nativa digital. Foi a geração que se desenvolveu em uma época marcada pelo avanço da tecnologia e prosperidade econômica. As crianças da Geração Y cresceram tendo o que muitos de seus pais não tiveram como TV a cabo, videogames, computadores pessoais e muito mais. Essa Geração também tem poder de compra, porém com maior responsabilidade. Eles costumam refletir se realmente precisam daquele produto ou daquele serviço, procuram se informar se o produto foi feito de forma ética e sustentável e se ele realmente pode pagar aquele valor. Isso não significa que o desejo de consumir seja menor, o que muda é a forma de consumir. Para essa Geração, faz mais significado o acesso ao produto ao invés da posse. Além disso, mais que pensar no valor monetário de um produto, essa turma preocupa-se de onde ele vem, qual matéria-prima foi utilizada, como foi o processo de produção e se as pessoas envolvidas foram remuneradas de forma justa.

Geração Z (de 1998 a 2009): com as políticas de inclusão digital, as pessoas nascidas após esse período têm maior facilidade de acesso à internet, ou seja, a Geração Z se mostra muito mais conectada com maior facilidade em interagir com qualquer dispositivo eletrônico. As pessoas da Geração Z são conhecidas por serem nativas digitais, estando desde pequenos já familiarizados com a internet e todas suas possibilidades, com o compartilhamento de arquivos constantes, com os smartphones, tablets e, principalmente, estando sempre conectadas ao que acontece em tempo real. Integrantes desta geração nunca viram o mundo sem computadores. E como informação não lhes falta, estão um passo à frente dos mais velhos, concentrados em adaptar-se aos novos tempos. Essa geração vai se tornar a maior porção de consumidores do mundo em menos de dez anos. É uma turma que parece determinada a não seguir os passos de seus antecessores e a dar uma virada nas coisas. Por causa deles, o mercado entrou em uma fase de experimentação, que vai sendo moldada por tentativas e erros. Pesquisas dizem que esse grupo será menos obcecado por consumo. Para captar sua atenção, é preciso passar mensagens em até oito segundos. Para eles, as redes sociais funcionam de forma mais orgânica. As pessoas dessa geração precisam sentir-se parte de um processo para poder consumir. As marcas precisam dar poder de decisão para essa galera querer comprar o seu produto ou serviço.

Geração Alpha (nascidos a partir de 2010): eles já nasceram com telas touch na frente do rosto antes de poder falar. Aprendem a manipular aparelhos eletrônicos de forma intuitiva. E, mesmo que essa hiperconexão preocupe os pais e educadores, ela também amplia o universo dessas crianças. Elas crescerão na era da explosão da inteligência artificial. Os pais das crianças Alpha são, em sua maioria, Millennials, daí a influência que exercem sob os pequenos. Esses pais buscam ofertar para seus filhos alimentos orgânicos, brinquedos educativos e escolas inclusivas. A tecnologia entra na vida deles de forma mais intensa, inclusive na educação. Crianças frequentarão aulas de robótica e programação e usarão itens como óculos de realidade aumentada como um estímulo para o aprendizado. Vem por aí uma era de muita criatividade e solidariedade, principalmente a favor do coletivo. O futuro promete ser desafiador.

Diante de todas essas informações como lidar com cada Geração na hora de ofertar um produto ou preparar sua experiência de loja? Essas e outras questões serão aprofundadas no Retail Revolution Edição 2017.

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