Os gigantes também choram

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2009 não foi apenas um ano de turbulência na economia mundial. A rede holandesa de vestuário C&A, instalada no Brasil desde 1976, defrontou-se com uma crise interna – já esperada pelo mercado – na qual viu seu market share diminuir. Ainda líder no segmento, a C&A registrou o menor percentual de crescimento entre as principais varejistas de vestuário (entre 2004 e 2008). Segundo pesquisa da Euromonitor suas vendas aumentaram 36,3% no período, enquanto as de seus maiores concorrentes (Renner, Riachuelo, Marisa e Hering) avançaram, em média, 98%. Para complicar ainda mais a situação, especula-se uma diminuição de 10% nas vendas em 2009 para a C&A.
Em meio a diversas ações tomadas pela C&A (como a venda do banco ibi para o Bradesco), uma das medidas de maior impacto até agora foi o investimento em novas coleções vinculadas a estilistas renomados. Reinaldo Lourenço, Isabela Capeto, Alexande Herchcovitch e Almir Slama exporão suas coleções nas 178 lojas da rede no Brasil a partir de abril deste ano. A isso, soma-se a nova configuração no visual merchandising, ainda aplicada em apenas 2 unidades, elas ganharão paredes e piso brancos e a distância entre as araras será aumentada para dar um ar mais “clean” ao ambiente.
A questão mor nesta discussão é de que a C&A sofreu o efeito da liderança absoluta. Assim como a Microsoft perdeu oportunidades de mercado para o Google e market share para o Linux, a C&A afrouxou seu domínio ao ignorar a capacidade de crescimento dos concorrentes. Pela avaliação do Ciclo de Vida de uma empresa/produto as decisões estratégicas da C&A, ainda que tardiamente, parecem estar caminhando para o rumo certo: readequação de produtos e alteração no composto de marketing.
Fica ai o exemplo: nenhuma corporação é sólida o suficiente para não se preocupar com os seus concorrentes e acomodar-se com a liderança. Quando acordar para a realidade já pode ser tarde.  
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