Breve história das vitrinas

A arte de expor produtos para a venda surgiu e se desenvolveu com o comércio. No início, os locais onde os produtos eram expostos eram em forma de tendas, com o passar dos anos, viraram estabelecimentos comerciais.
         Durante o Império Romano já havia lojas em salas retangulares, tendo ao fundo um mezanino, onde o lojista morava. Já havia também a preocupação em expor as mercadorias, que eram colocadas em prateleiras ou em balcões, como mostram desenhos e pinturas encontrados em Pompéia.
As atividades comerciais se desenvolveram substancialmente e, como consequência, surgiram os primeiros grandes estabelecimentos comerciais. Um dos mais grandiosos exemplos foi o Mercado de Trajano, construído no século I, com cinco andares, aquilo que podemos entender como o primeiro “shopping center” da história. No térreo vendiam-se joias, flores, frutas, facas e armas. No primeiro andar, vinho e óleo, nos segundo e terceiro, especiarias, temperos e tecidos, no quarto ficavam os escritórios públicos e no quinto, peixes e crustáceos, em um total de 150 lojas.
 Com o fim do Império Romano (753 a.C.- 476 d.C.) e a chegada da Idade Média (476 d.C.-1453), as lojas praticamente desapareceram e o comércio voltou a se desenvolver em feiras.
Com a Renascença, o comércio floresceu novamente, devido ao Mercantilismo.
As feiras eram especializadas, como a Ponte Vecchio em Florença, onde se vendiam joias. Os joalheiros e artesãos que lá comercializavam seus trabalhos procuravam se sobressair devido à concorrência, criando, assim, vitrinas.
Durante a Revolução Industrial as lojas se proliferaram por toda a Europa e as palavras “vitrina” e “decoração” começaram a ser usadas. Na França, já existiam lojas voltadas a um público consumidor. Na Rue du Marché em Paris, havia fileiras de lojas com mercadorias amontoadas da entrada até o fundo, já a Rotonde de la Galerie Colbert era um lugar de passeio e encontro da alta sociedade, onde existia uma preocupação com a exposição dos objetos.
 Foi no período da rainha Vitória (1832-1895) que surgiram as primeiras vitrinas como são conhecidas hoje, ou seja, eram janelas que mostravam as mercadorias ao público passante. Nessa época, devido às correntes de decoração da época, as vitrinas eram verdadeiras exibições teatrais, utilizavam-se madeiras entalhadas, cortinas e drapeados.
Uma grande evolução do universo das vitrinas foi a criação dos manequins. Datam de 1750 as primeiras silhuetas, que eram feitas de vime e serviam aos alfaiates e costureiras para a execução de seus trabalhos. Em 1850, aparecem as primeiras “bonecas de moda”, feitas de porcelana e couro.
No período Vitoriano, o manequim não era mais um simples cabide, e sim mais um elemento de atração. Devido ao moralismo exagerado da época, para trocar a roupa dos manequins, era necessário vedar as vitrines, esse hábito chegou até os nossos dias.
Os primeiros manequins de cera surgiram por volta de 1890 e pesavam quase 100 kg. A evolução dos manequins se deu com a preocupação de simular figuras humanas e também porque sob forte iluminação a cera derretia. Surgiu então uma composição chamada cera dura (mistura de vários componentes) e, em 1922, a carnesine, que era mais leve.
Nos anos 1930, os manequins eram feitos de lasca de cera, papel machê, carnesine ou pláster. Em 1950, os manequins adquiriram movimento e começaram a ser utilizados materiais como fibra, plásticos e arame. Os cabelos, antes naturais, são substituídos por perucas sintéticos. Nos anos 1980, os manequins apresentavam feições definidas, eram bem magros e jovens.
Na virada do século, as vitrinas começaram a ser iluminadas por gás, querosene, gasolina e depois por energia elétrica. Em 1900, em Viena, surgiram as primeiras escolas para vitrinistas. Era comum os pintores, escultores e artistas realizarem projetos de vitrina. Surgem, então, as lojas de departamento, que atendiam melhor às necessidades da classe trabalhadora, oferecendo vantagens de preço. Na década de 1930, as pesquisas de vitrinas e o estudo da estética começaram a se desenvolver, principalmente devido à crise econômica que o mundo vivia, passou a ter grande importância o marketing direcionado às vendas.
A partir dos anos 1960, há um grande avanço na produção de materiais para vitrina e manequins. Nos anos 1980, o visual merchandising passou a receber especial atenção, a maior parte das lojas passou a fazer projetos de vitrina.
Nessa época surgem os primeiros shopping centers, o que ocasionou uma evolução conceitual das vitrinas foi bastante acentuada. O espaço de exposição se abriu. As temáticas que apenas contavam histórias passaram a transmitir conceitos e ideais do estabelecimento e da marca.
(Visited 1.005 times, 1 visits today)
SHARE THIS

RELATED ARTICLES

1 COMENTÁRIO

LEAVE COMMENT

Curso livre a distância

CURSO LIVRE (a distância) EM VISUAL MERCHANDISING DE MODA

O curso online de Visual Merchandising de Moda do MMdaMODA abrange conceitos teóricos e práticas de mercado e está pautado em fotos, vídeos, cases de sucesso e materiais complementares, como artigos e reportagens.

Saiba mais